Eu venho acompanhando a evolução da gestão das empresas e desejo compartilhar com vocês algumas considerações sobre os impactos quando um Sistema de Gestão tem mais de 10 anos de implantação. Vamos lá?
Desde 1994, comecei a minha trajetória de desenhar Modelos de Gestão e Sistemas de Gestão Integrados, baseados em requisitos de normas internacionais, requisitos dos clientes, requisitos regulatórios e implantar esses sistemas e acompanhar a evolução.
A NBR ISO 9000:2015 define sistema de gestão como um “conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos de uma organização para estabelecer políticas, objetivos e processos para alcançar esses objetivos” e que “um sistema de gestão pode abordar uma única disciplina ou várias disciplinas, por exemplo, gestão da qualidade, gestão financeira, gestão ambiental, gestão de ativos.
Acontece que uma grande quantidade de empresas, começaram a estruturar Sistema de Gestão Integrado, com a sigla SGI ou Sistema Integrado de Gestão (SIG), que na verdade tanto faz SGI ou SIG, incorporando várias disciplinas em só Sistema.
Vou bater na tecla…Depois de 10 anos, um Sistema de Gestão Integrado já passou por várias mudanças organizacionais e estruturais, mudanças tecnológicas, mudanças de pessoas, muitas auditorias internas e externas, planos de ação, análises críticas. Cada evento desses promoveu mudanças pontuais na estrutura do Sistema de Gestão Integrado inicialmente implantado, sem necessariamente ter sido feita análise global.
Com isso tenho algumas dicas para empresas que tem principalmente, Sistema de Gestão Integrado há mais de 10 anos…olha os 10 anos aparecendo novamente.
Dicas:
Combater o efeito “colcha de retalhos”: Os requisitos e como eles são atendidos vão sendo incluídos no Sistema de Gestão Integrado sem uma análise sistêmica e holística;
Gerenciar a questão da “síndrome de Gabriela”: Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim… As pessoas resistem a excluir do Sistema de Gestão Integrado, aquela rotina que ela implantou, aquela planilha de excel, mesmo já tendo um sistema informatizado;
Evitar também a operação “tapa buracos”: essa operação ocorre logo após uma auditoria/avaliação seja ela interna ou externa, quando a empresa “corre” para tratar as não-conformidades e desvios e não para melhorar o Sistema de Gestão Integrado;
Evitar “velhos jargões”: alguns membros das equipes dizem “estava trabalhando, agora eu vou fazer as coisas que sistemas de gestão pediu”. Isso não existe, é preciso esclarecer que trabalhar é atender ao que preconiza o Sistema de Gestão Integrado.
Não vou me delongar mais, as dicas acima e uma grande disposição de todas as equipes, encabeçado pelas lideranças, para fazer uma análise crítica global do Sistema de Gestão Integrado vai evitar o excesso de procedimentos, controles internos, monitoramentos e indicadores de desempenho, aumentando assim a satisfação das equipes, produtividade e a melhoria dos resultados empresariais. Lembrando ainda que os Direcionadores Estratégicos e as estratégias são parte integrante do Modelo de Gestão.
Tereza Soares
CEO Grupo I can
13.03.2022
